Eu sei colegas, sei muito bem que os visitantes do blog buscam sugestões de atividades e ideias, sei que ninguém gosta de ficar lendo desabafo alheio, mas não adianta, resolvi tornar público o que venho sentindo algum tempo. Até porque eu tenho certeza de que aquelas que por aqui passam, pensam um pouco como eu.
Estão desvalorizando a minha profissão, se eu ficar quietinha, estarei concordando com tudo. NÃO POSSO, tenho que me possicionar, tenho que pelo menos, desabafar.
Que país é este, que faz passeata pelos animais, pelos direitos dos homessexuais, mas não sabe nem que lugar a nossa educação ocupa no ranking mundial?
Que país é este, que paga milhões a um jogador de futebol e nem questiona se ele tem estudo e formação?
Que país é este, que vende o carnaval como cartão postal?
Onde estamos, que fazemos marcha para defender o direito da mulher de usar saia curta e blusa decotada, mas não fazemos passeata para punir a corrupção e políticos que roubam da educação?
Que fique claro e transparente que não tenho nada contra nenhum destes grupos, defendo o mesmo que eles, direitos iguais e respeito a todos. Mas será que ninguém percebe que nada funciona sem educação?
Educar para o respeito...
Educar para a paz...
Educar para a justiça...
Sem a educação viveremos criando leis que só existem no papel. Elas são importantes sim, são fundamentais para a organização da sociedade, mas será que se cumpríssemos as leis que já existem precisaríamos criar outras?
Se observarmos bem, merecemos os políticos que temos, afinal, eles não chegaram lá sozinhos, chegaram com o nosso voto, com o nosso apoio. Sendo assim, a culpa não é apenas deles, é noosa também.
Se o professor faz greve é vagabundo e preguiçoso, está atrapalhando o ano letivo das crianças. Mas o MEC pode aprovar livros com erros terríveis que isto não atrapalha a educação, E O PIOR, já sabiam do erro faz tempo, anos para falar a verdade, ainda assim os livros estavam nas escolas.
A desvalorização profissional não é apenas o salário baixo que recebemos, é o desrespeito com o professor, a violência e o descaso. Escolas caindo aos pedaços, poucos ou nenhum recurso material e pedagógico, merendas que são desviadas, professor sofrendo violência física e psicológica.
Tenho sorte, desisti da vida na escola pública e sou professora da rede particular que ainda está um pouco melhor, mais sorte ainda porque leciono em escola que vê o aluno como ser humano, não como cliente ou mercadoria.
Amo o que faço e nem penso em desistir. Mas não posso deixar de reparar que as coisas estão indo por uma estrada sem saída.
Para começarmos a fazer mudanças temos que conscientizar nossos alunos e a comunidade de que algo está muito errado nesta história e que não estamos percebendo o quanto isto está prejudicando o nosso futuro e o crescimento do nosso país. Precisamos ser mais observadores e reflexivos sobre a realidade da educação. Precisamos falar e discutir muito sobre isto.
Parabéns a professora Amanda Gurgel, que já pôs o dedo no rosto de nossos políticos e mostrou seu rosto!