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Mordida na educação infantil


Imagem retirada do site da revista crescer
Ai, não morde que eu não sou pizza!!!
A Mordida na educação infantil

Nos primeiros anos de vida, o principal contato da criança com o mundo exterior, acontece na forma oral, no primeiro ano, o ato de sugar o seio que é fonte de alimento e prazer, é também uma forma de interagir com o mundo (choro/balbucio), mesmo após os primeiros aprendizados da língua oral, a criança continua usando a boca, como forma de explorar e descobrir o mundo. Este ato, se relaciona à fonte de libido, mas não está relacionada ao libido de forma erótica, mas sim como prazer e exploração do mundo, quando morde, a criança não busca provocar a dor intencionalmente, embora o ato de morder seja prazeroso, ela está apenas explorando o meio, seus limites e o outro. Sigmund Freud (1856-1939), diz que a criança experimenta o mundo (e o outro) através da forma oral, para ele, o prazer de morder está relacionado com o uso do instrumento que a criança melhor domina, a boca. Com isso, a boca vai ganhando novas funções, da nutrição, vem o choro, para expressar e conseguir mais rapidamente, a atenção que deseja, após os balbucios e as primeiras palavras, a mordida vem como uma forma rápida de manifestar o que deseja.
Não há educador que não tenha vivenciado esta fase, pois embora cause estranheza e medo aos pais e seja um estresse na rotina diária do professor, este comportamento não é anormal e encontra suas justificativas, dentro das características do desenvolvimento infantil.
Segundo D’Andrea, a fase oral é dividida em duas etapas, a de sucção e a de mordida.
Na fase da mordida “há uma tendência a destruir, morder, triturar o objeto antes de incorporá-lo”. Essa fase é dividida em duas características principais, sendo oral receptiva, quando o sujeito não passa por privações, tornando-se uma pessoa muito generosa e oral agressiva que aparece uma “tendência a odiar e destruir, a ter ciúmes da atenção que outros recebem, a nunca estar satisfeito com o que tem e a desejar que os outros não tenham algumas coisas, mesmo que não as queira para si”.

QUANDO A MORDIDA É NORMAL E QUANDO DEIXA DE SER?
Henri Wallon (1879-1962), diz que a criança está testando os limites do próprio corpo, formando sua personalidade individual, quando morde, ela está elaborando seu “eu corporal”, ou seja, descobrindo onde acaba seu próprio corpo e onde começa o do outro.
Até os quatro anos, a mordida é considerada normal, como forma de expressar-se e até lidar com frustrações, crianças em adaptação na escola ou crianças ciumentas que recebem um coleguinha novo, podem morder para expressar sentimentos. A criança ainda não consegue verbalizar seus anseios como, “estou com ciúmes” ou “quero ir para casa”, pode fazer uso da mordida para expressar seus medos.
Crianças sensíveis a frustração, quando contrariadas por um colega, durante uma disputa por brinquedo ou a recusa do educador a permitir que faça algo, podem morder como forma de expressar raiva.
Após os 3 anos, quando a criança já é capaz de expressar oralmente o que sente e já entende com clareza que morder provoca dor e machuca, é preciso buscar uma ajuda especializada, como forma de controlar este comportamento, caso ele persista.
Ao identificar qual a razão que leva a criança a morder, cabe ao educador interferir, buscando sanar o problema, seja dando atenção e um colinho para quem mais precisa, seja negociando brinquedos e intermediando disputas.

E COMO AGIR?

Seja firme, diga que não foi legal, que o amigo agora está sofrendo e chorando, pois morder machuca. Não estenda o “sermão”, seja breve;
Leve a criança que mordeu, para prestar atendimento ao colega que foi vítima, durante este momento, chame a atenção para o fato do colega estar chateado e com dor;
Algumas crianças que mordem mais frequentemente, devem permanecer sempre próximas ao educador, para que o mesmo possa interferir de forma rápida, evitando novas investidas;
Explique que na boca, mastigamos pizza, bolo, arroz, feijão, que o colega não é comida, é amigo e devemos acariciar;
Elogie bastante, a cada demonstração de carinho e verbalizações orais;
Converse com os pais, explique como aconteceu, fique mais atenta para que não se repita, mas não deixe de orientar que esta ação faz parte do desenvolvimento infantil;
Avise aos pais da criança que mordeu sobre o fato e comunique os familiares da criança que foi mordida, mas jamais, divulgue o nome da criança que mordeu, para evitar a criação de rótulos e até o mal estar entre as famílias;
Em alguns casos, pais de crianças que mordem, costumam brincar usando a boca e até dando pequenas mordiscadas na criança, explique que o filho pode estar repetindo o gesto, mas por não ter noção da sua força, acaba passando dos limites;
Tome bastante cuidado, pois mordida “pega”, muitas vezes, os familiares da criança mordida ficam tão indignados, que chegam a recomendar que a criança faça igual ou mesmo, a própria criança pode achar que esta é uma forma eficaz de resolver seus conflitos;
Lembre-se: O isolamento não ensina, pois só a convivência vai educar. Separe a criança do grupo somente quando precisar prestar atenção em outras coisas como preencher uma agenda ou trocar uma criança, no restante do tempo “olho vivo e pernas rápidas”;
Aprenda a identificar o contexto no qual a criança costuma reagir mordendo, desta forma, antecipe-se e fique junto, mediando a relação e orientando a criança a agir de forma correta;
Não permita que a criança usufrua do brinquedo ou do colinho, que conquistou na base da mordida, estimule também, o pedido de desculpas;
Se você vai fazer uso de alguma medida punitiva como afastar a criança do grupo por alguns instantes, antes combine e previna a criança;
Não deixe que criem rótulos como nesta turminha tem "tubarão", ou fulano é um mordedor, oriente os pais com segurança e informe-os sobre as características do desenvolvimento infantil. Antecipe-se ao problema.

Querida Profe, embora estressante e bastante tumultuada, esta fase é passageira, a criança quando bem amparada e orientada, aprende a se relacionar da forma correta. Não esqueça que tudo na vida dos pequenos é constante aprendizado. Se conduzirmos de forma firme, mas afetiva, estes comportamentos se transformam em uma relação saudável. Leia bastante sobre as características da sua faixa etária e observe o seu grupo de crianças, investigando a ação das crianças e seu comportamento diante de algumas situações do cotidiano, é possível antecipar a reação dos pequenos, evitando este confronto mais direto.


Márcia O. Soares
Orientadora Pedagógica
Crianças que gostam de morder
Morder é uma forma de a criança expressar insatisfação. Os pais devem conter essa atitude.
Redação Crescer
Você tem um pequeno mordedor em casa, acalme-se. A mordida é uma das formas que as crianças têm de demonstrar insatisfação. Também costumam empurrar ou jogar objetos longe. Isso tudo é esperado em uma fase de comunicação rudimentar, enquanto a criança não consegue se expressar bem com palavras. Acrescente-se a isso impulsividade. As emoções ainda não estão sob controle. E a combinação dá muitas vezes em uma mistura explosiva.
Quando a criança dessa idade quer algo e o objeto desejado está na mão de outro, entra em disputa. "Como tem urgência em resolver a questão, ela reage com a parte do corpo que tem mais coordenação, que é a boca, região que usa intensamente desde o nascimento", explica a psicóloga Lúcia Franco da Silva, da Faculdade de Psicologia da PUC-SP.
Falar mil vezes
As dentadas podem começar tanto em casa quanto na escola. Os pais precisam refrear as mordidas para que não se tornem um hábito. Além de conter a reação agressiva, os pais precisam ser coerentes. "Se uma hora deixam porque acham engraçadinho e em outra reprimem, o filho fica sem saber como agir", alerta Lúcia Franco.
Para a pediatra Sandra Oliveira Campos, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), as únicas crianças que se mantêm mordedoras são aquelas com algum problema no desenvolvimento. Então, não resta outro jeito senão a repetição das regras. É cansativo, mas todos só têm a ganhar. "Ao dizer que dói, por isso o amigo chora, você chama a atenção do filho para um valor muito importante, que é o respeito pelo outro", orienta a médica.
Agressor e agredido
Os pais dos mordedores costumam ser mais relaxados do que aqueles que enxergam no corpo do filho dentadas alheias, segundo a pediatra Sandra. Se você está entre o grupo dos filhos mordidos, também relaxe. Quando a criança começa a viver em grupo, acaba descobrindo como se defender e se impor entre os coleguinhas. E uma hora ela vai avisar ao amigo mordedor que não gostou e não quer ser mordida de novo. Nunca incentive seu filho a revidar. "Os pais jamais devem estimular a agressão", ensina Sandra.

7 carinhos recebidos:

Vânia disse...

graças a Deus eus alunos
ja passaram dessa fase huhuuhuahuahuahua
bjs ml no coração
lindaaa

23 de agosto de 2009 às 23:15
Cybele Meyer disse...

Hoje tem vídeochat às 10h30 sobre “Consumo Consciente” veja detalhes em http://migre.me/5I5N
Está dada a largada para a Blogagem Coletiva.
Vamos fazer com que seja um sucesso!
Conto com você!
abs

24 de agosto de 2009 às 08:23
Thiago disse...

Olá, desculpe a invasão do espaço.
Mas estou trabalhando na divulgação da Primeira Olimpíada Nacional em História do Brasil, iniciativa inédita no país, organizada pelo Museu Exploratório de Ciências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com o apoio do CNPq. A Olimpíada é para escolas públicas e particulares e acontece pela internet, com equipes formadas por estudantes do oitavo e nono anos do ensino fundamental e por estudantes do ensino médio, juntamente com seu professor. As inscrições já estão abertas!
www.mc.unicamp.br

Por favor, repasse essa informação a possíveis interessados,

24 de agosto de 2009 às 11:35
Pequenos Líderes disse...

Olá Pessoal do "Cantinho da Criança",

Quero PARABENIZAR a todos por esse Blog!
É super Informativo e ao mesmo tempo Divertido! Sem duvidas são uma Bênção!

Apreoveito para divulgar o nosso também:

http://www.pequenoslideres.blogspot.com/

Acesse, nos sigam, deixem seu recado e sejam Abençoados!

E mais uma vez Parabéns! :)

25 de agosto de 2009 às 15:39
Turma do Maternal disse...

Parabéns pelo texto bastante objetivo, com certeza será bastante explorado em nossa escola! Bjs.

17 de janeiro de 2010 às 15:22
rosr disse...

Desculpe mas eh normal q uma crianca de quatro anos morda a ponto do amiguinho levar sete pontos na orelha??? Porque foi isso que aconteceu com meu filho hoje na emei afonso celso aqui em sao paulo hoje, em uma disputa pir brinquedos. E alem da mordida ainda ainda apertou o pescoco, o rosto que estao arranhados e empurrou o fazendo bater o nariz que sangrou e os labios que cortou...

25 de abril de 2013 às 19:40
Profe Márcia disse...

Normal é o termo usado para explicar a recorrência dela na faixa etária de 0 a 3 anos, mas não é no sentido de normalidade de algo que deve acontecer e devemos aceitar. A mordida acontece como uma forma de expressão (linguagem) quando a criança ainda não se comunica com eficácia, sendo assim, ela é uma manifestação espontânea. A criança não tem consciência do dano (dor) que pode causar, quer apenas manifestar seu desgosto com alguma situação e resolver seu problema, no caso, por fim a disputa e sair vitoriosa. Porém, a escola e a família devem sempre orientar para a atitude correta, trabalhando junto. Conforme vai crescendo e vai dominando a língua e organizando o pensamento, esta atitude tende a diminuir. Aos 4 anos ela já não é tão comum e deve começar a diminuir gradativamente.
É preciso sentar e discutir alguns pontos como:
Esta criança reage sempre assim? Em caso positivo, o que reforça este comportamento? É mimada demais e não sabe reagir a frustração? Vive em ambiente violento? A família não se posiciona de forma firme frente a situação?
A escola tem um número de brinquedos satisfatório para atender a demanda da turma? Se não tiver os pais podem contribuir ou as crianças podem manter os seus na mochila.

Uma outra questão é o atendimento dos profissionais, se a criança costuma morder sempre, é necessário estar próximo de forma a dar auxílio na resolução do conflito, antes que ela tome a iniciativa de morder, assim perderá o hábito.

Seu filho costuma desejar o que está na mão dos colegas no lugar de pegar os brinquedos disponíveis?

Não é fácil nem para a família e nem para os professores, ninguém gosta de passar por esta situação. Como mãe entendo que você deve estar indignada, mas o diálogo é sempre a melhor solução. Jamais incite seu filho a revidar, diga para ele se defender, sair de perto e pedir auxílio para a professora, para conversar com o colega, enfim, é difícil eu sei pois você deve estar sofrendo, mas não ensine a multiplicar a violência. Dizer que o colega está errado e ensiná-lo a bater de volta é uma mensagem que reafirma a violência. Sente com a equipe da escola e juntos busquem uma alternativa.

25 de abril de 2013 às 22:03

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